Laços
- Paula Coelho Pais
- 22 de nov. de 2019
- 2 min de leitura

Há muitos anos, no início da minha juventude, desentendi-me por motivos que teriam a ver com a minha pouca idade, com aquela que ainda hoje é uma das minhas maiores amigas. Não cabe naturalmente aqui relatar pormenores. Apenas que um tempo mais tarde tudo foi ultrapassado a bem da amizade e da grande empatia e respeito que nos unia e une. Mas houve momentos de tristeza, de hesitação, de pensar como haveria aquela situação de ser ultrapassada.
Numa tarde em que me sentia particularmente melancólica, desabafei com o meu irmão mais velho sobre a dor que estava a sentir e o que deveria fazer. E nunca me esquecerei das suas palavras no sentido da importância que há nesta vida em não fecharmos portas e procurar estabelecer pontes. Ainda que isso nos custe trespassar alguns picos de orgulho ou de outro sentimento da mesma natureza. Mesmo que tenha de haver lugar a longas conversas, a explicações penosas, até a pedidos de desculpa. E ainda que nos doa, vale sempre a pena tentar, sobretudo quando está em causa um sentimento puro e verdadeiro.
Assim são os irmãos mais velhos (mesmo quando são mais novos). Assim devem também ser os amigos. Fontes de apoio e de bons conselhos no sentido do bem. Alguém que em certos momentos de maior fragilidade nos pegue pela mão e nos ajude a ver melhor o caminho. E que, em suma, nos ajude a crescer.
E eu acredito que neste mundo somos todos irmãos uns dos outros. Por isso quando vejo alguém querer desistir de algo que lhe é importante, alguém que deixa de acreditar nas coisas belas da vida ou que se afasta de um grande amigo ou familiar apenas porque… recordo sempre aqueles palavras sábias do meu irmão… não fechar portas e estabelecer pontes.
Hoje o meu irmão faz anos. E eu queria que ele soubesse que estas e tantas outras palavras que ele me disse não estão esquecidas. Nunca estarão.
Obrigada Mano Velho. Muitos Parabéns!
Paula Coelho Pais Lisboa, 18 de Setembro de 2107
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